Os brutos também amam (ou não???).

Conheceram-se por meio de um amigo em comum.
Loirinha bonita, cabelo curto, piercing no umbigo e um belo sorriso.
Branquelo calvo, barriga de chope e pose de intelectual de meia tigela.
Combinação improvável, mas que sabe-se lá o porquê, acabou rendendo.
Troca de telefones, MSN e Orkut.
Conversas todos os dias, até alta madrugada, em frente ao PC.
Mensagens de texto, bom dia, boa noite, saudades.
Até que veio o convite: que tal um barzinho? Música ao vivo...
Ele chega, um pouco antes, de mototaxi.
Ela, em seguida, de carro.
Desce. Barriga bonita a mostra, saia meio hippie, blusa preta. Simples e eficaz.
Pede-se uma cerveja e começa o papo.
Aí vem a dolorosa verdade: por mais que ele tentasse mudar o assunto, o foco dela sempre voltava para ‘festa, forró, roupa de grife’ e coisas do tipo.
O tédio só era superado pela impaciência dele, que já respondera milhões de vezes que não, nunca tinha ido à ‘Canoa quebrada’.
Até que, lá pras tantas, ela pergunta:
- Se nós estivéssemos tendo essa conversa na cama, e não numa mesa de bar, o que você faria agora?
- Brochava. Ou levantava e ia embora. – Foi o que ele pensou. Mas, respondeu singelamente:
- Faria o que fosse preciso só pra te agradar...
Ela sorriu, feliz com a resposta.
E a conversa terminou onde ela sugeriu.
Cada um foi pro seu lado. Ela casou e foi embora com um cara que adora forró e vaquejada, ele vive largado por aí, tentando posar de intelectual e enchendo a cara com os amigos.
E todos viveram felizes para sempre.

Moral da história: A sinceridade é bonita, mas a garota era mais.
(Todos os personagens e eventos aqui narrados são meramente ficcionais.)

Alessandro Paiva