Durante a minha infância, minha mãe não me deixava jogar bola na rua.
A pelada habitual dos meus amigos, jogada em plena via, que se não era mesmo movimentada, mas ainda assim era a via pública.
Num trocadilho infame, atrevo-me a dizer que ela não via com bons olhos esse tipo de diversão.
Em primeiro lugar vinha a escola, a lição de casa e os estudos em geral.
E assim foi.
Minhas tias sempre me davam livros de presente. Assim criei o hábito da leitura e tornei-me um perna-de-pau.
Hoje eu sou professor.
No Brasil, apesar de parecer piada, o salário de um professor de ensino médio é por volta de 490 reais.
Basta assistir a um pouco do noticiário esportivo pra ver jogadores que mal sabem falar e, no entanto, ganham rios de dinheiro.
Milhões que nos parecem tão distantes, são lugar-comum para eles.
Longe de mim questionar a habilidade desses jogadores.
Cada um é o que é.
Mas fica a pergunta: como incentivar, nos dias de hoje, o estudo, se o futebol é muito mais atraente.
Uma rápida olhada num jornal ou numa revista nos mostra ‘astros do pagode’, que cresceram nas favelas e hoje são superestrelas da música, desfilando seu ‘orgulho de ser negro’, ao lado de lindas e loiras modelos.
Qualquer show, de no máximo uma hora, custa alguns milhares de reais.
E a imprensa os exibe como exemplos de superação. Pessoas que souberam vencer na vida.
Poucas vezes alguém lembra que para cada ‘Fenômeno’ que surge no futebol ou no pagode, milhões não conseguem ser mais que jogadores de várzea ou cantores de churrascaria.
Tudo indica que atualmente é melhor ser um jogador medíocre ou pagodeiro desconhecido do que ser professor.
Estudar é pra quem não tem o que fazer.
Mera perda de tempo num mundo de futuros atletas e artistas.
Resta-me fazer também a minha parte e dizer: mãe, pai, livros custam caro demais.
Logo que nascerem os seus filhos incluam no enxoval uma bola, um par de chuteiras e um cavaquinho.
E aí está o segredo do sucesso.
Como diria o poeta: ‘Bola pra frente!!’.
Alessandro Paiva
A pelada habitual dos meus amigos, jogada em plena via, que se não era mesmo movimentada, mas ainda assim era a via pública.
Num trocadilho infame, atrevo-me a dizer que ela não via com bons olhos esse tipo de diversão.
Em primeiro lugar vinha a escola, a lição de casa e os estudos em geral.
E assim foi.
Minhas tias sempre me davam livros de presente. Assim criei o hábito da leitura e tornei-me um perna-de-pau.
Hoje eu sou professor.
No Brasil, apesar de parecer piada, o salário de um professor de ensino médio é por volta de 490 reais.
Basta assistir a um pouco do noticiário esportivo pra ver jogadores que mal sabem falar e, no entanto, ganham rios de dinheiro.
Milhões que nos parecem tão distantes, são lugar-comum para eles.
Longe de mim questionar a habilidade desses jogadores.
Cada um é o que é.
Mas fica a pergunta: como incentivar, nos dias de hoje, o estudo, se o futebol é muito mais atraente.
Uma rápida olhada num jornal ou numa revista nos mostra ‘astros do pagode’, que cresceram nas favelas e hoje são superestrelas da música, desfilando seu ‘orgulho de ser negro’, ao lado de lindas e loiras modelos.
Qualquer show, de no máximo uma hora, custa alguns milhares de reais.
E a imprensa os exibe como exemplos de superação. Pessoas que souberam vencer na vida.
Poucas vezes alguém lembra que para cada ‘Fenômeno’ que surge no futebol ou no pagode, milhões não conseguem ser mais que jogadores de várzea ou cantores de churrascaria.
Tudo indica que atualmente é melhor ser um jogador medíocre ou pagodeiro desconhecido do que ser professor.
Estudar é pra quem não tem o que fazer.
Mera perda de tempo num mundo de futuros atletas e artistas.
Resta-me fazer também a minha parte e dizer: mãe, pai, livros custam caro demais.
Logo que nascerem os seus filhos incluam no enxoval uma bola, um par de chuteiras e um cavaquinho.
E aí está o segredo do sucesso.
Como diria o poeta: ‘Bola pra frente!!’.
Alessandro Paiva