sexta-feira, 21 de agosto de 2009

De velhos e seus respectivos sacos...


Pouco tempo atrás, ao passar pela esquina aqui perto, levando o meu cachorro para o seu passeio noturno, deparei-me com uma cena engraçada: um moleque desgarrou-se da mãe e corria atrás da gente, aos insistentes brados de ‘cachorrinho’, cachorrinho’...
Não houve dúvidas a respeito de a quem o garoto estava se referindo, afinal, com quase 1,80 de altura e modestos 80 e tantos quilos, nada tenho de ‘inho’.
Mas até aí o nobre leitor pode estar se perguntando o que há de inusitado nisso.
Respondo: o inusitado veio depois, quando a referida mãe de quem ele havia fugido gritou: ‘volte, senão eu chamo os ‘doido’ pra lhe pegar’.
Pra minha surpresa o moleque volta, em desabalada carreira para junto do seio materno.
Bateu-me então uma nostalgia danada...
Do tempo em que doidos assustavam, já que hoje cada um que quer ser a própria personificação do ‘doidão’.
Tempos do velho do saco, figura que assustava garotinhos e garotinhas no Brasil inteiro, assustando-me também em épocas remotas.
Hoje o velho sou eu e, além disso, poças são as menininhas que se assustam com um saco...
Onde terá ido parar toda essa inocência?!
Não sei
Só posso dizer que os dias de hoje e as ‘crianças’ de hoje, assustam-me muito mais que qualquer velho e seu respectivo saco.

Alessandro Paiva.

3 comentários:

  1. Assando eu me identifiquei bastante com essa sua reflexão a respeito da inocência das crianças de hoje, especialmente por eu fazer Pedagogia e ter a experiência de perceber tambem essa questão no âmbito escolar. O que podemos fazer para resgatar?
    Amanda Ravenna

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  2. Os velhos e seus respectivos sacos sempre me assustaram... E tbm aqueles bichos que ficavam em cima do telhado, O boi afro-descendente, vulgarmente chamado de 'boi da cara preta'...
    Huhauhuah
    Ótimos trocadilhos, careca.

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  3. No meu interior, não era só o "véi do saco", mas o homem da capa preta, o papa-figo, e assim por diante, não sei como não nos tornarmos adultos frustrados. kkk.

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