segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fé de um, ou fé de outro?!

ntar

Antes que alguém venha corrigir-me, esclareço que o cacófato do título foi intencional.
Se você não sabe o que é cacófato, siga em frente e seja feliz.
Eu nunca fui muito fã de axé, nem de pagode ou congêneres. Também não gosto de forró.
Na verdade, sou um nostálgico de uma época que nem ao menos vivi direito.
Pagode pra mim é Bezerra da Silva, Dicró e Zeca Pagodinho. Forró é Trio Nordestino, Luiz Gonzaga...
O que se produz hoje é mera enrolação comercial.
Nunca fui um bom católico. Fui batizado, acredito em Deus, mas não sou praticante. Não gosto de igrejas e instituições religiosas.
Não pago dízimo e acho que o Todo Poderoso não precisará de uma parte do meu já minguado salário.
Prefiro dar esmola, uma moeda pra alguém que pede na rua e coisa do tipo.
Hoje vejo, um tanto pasmo, que as igrejas, católica e evangélicas, apelam cada vez mais pra atrair fiéis, numa tentativa ardorosa de salvar suas almas e, principalmente, aumentarem o volume de doações arrecadadas.
Recebi um e-mail convidando-me para o ‘Eletro-Cristo’. Uma espécie de 'Carnaval fora de época do Senhor'. Ou uma ‘rave’ cristã, talvez. Com Dj’s católicos, música divina eletrônica e sexo só depois de casar.
Acho ridículo um padre, de batina, saracoteando em cima de um trio, pra uma multidão de pseudo-fiéis, que não vão à igreja, mas se prestam e esse tipo de evento.
Parece-me um espetáculo tão degradante quanto um exorcismo na IURD.
Além de CD’s e DVD’s, de padres, pastores, bispos, também se pode ter a ‘cruz da terra santa', com terra de Jerusalém e água do rio Jordão.
O shopping da fé oferece infindáveis opções pra tomar o dinheiro dos fiéis, que em sua maioria são pobres e ignorantes a ponto de crer nessas bobagens.
Igrejas com milhões de fiéis pelo Brasil todo.
Imaginemos uma legião de 30 milhões de frequentadores de uma instituição religiosa qualquer: se cada um deles doa dois reais por dia, é uma quantidade absurda de dinheiro arrecadado num ano.
Melhor nem imaginar pra onde vai isso tudo.
Nunca consegui gostar de Ivete Sangalo cantando ‘Pêra aê, pêra aê, pêra aaê... ta pensando o quê? Tá pensando o quê?!’.
Imagine então ter que ver um dos padres da moda cantando ‘Pêra aê, pêra aê, pêra aaê... Jesus quer você, Jesus quer você...’.
O circo da religião está armado.
Pena que o ingresso nem sempre é barato como parece.
Pastores distribuindo envelopes de depósito durante o culto e trocando terrenos na terra por um pedacinho de ‘chão’ no céu.
Lembro de uma passagem da Bíblia onde Jesus expulsa do templo pessoas que transformavam a casa de Deus em comércio...
Espero que ele não demore pra voltar e fazer isso novamente.
Mas dessa vez um chicote não vai bastar.
Talvez ele tenha que chamar o BOPE e o Capitão Nascimento.
Depois é só botar na conta do Papa.
Aos que com certeza vão criticar-me pelo que aqui escrevi, façam à vontade.
Não cobrarei dez por cento dos seus salários pelo espaço que usarão para isso.
No mais, ficarei esperando que recomece a venda de indulgências.

Alessandro Paiva

3 comentários:

  1. Nunca consegui gostar de Ivete Sangalo cantando ‘Pêra aê, pêra aê, pêra aaê... ta pensando o quê? Tá pensando o quê?!’. Só tenho um comentário a fazer: quem canta essa música é Gil ex-banda Beijo. rsrssr

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  2. Desculpa ser tão burro, mas eu estava no circuito dos trios, em Salvador, a Ivete bem na minha frente cantando isso. Mas talvez eu tivesse bebido demais...

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    É, mas como cada um 'canta' as músicas tão bem escritas que algum gênio escreveu, não se pode chamar isso de um 'erro'. rsrsrsr

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